CARTA ABERTA À SOCIEDADE RONDONOPOLITANA
Rondonópolis, 07 de julho de 2012
Os
professores e técnicos administrativos do Instituto Federal de Ciência e
Tecnologia de Mato Grosso, Campus
Rondonópolis (IFMT – Campus
Rondonópolis) veem-se no dever de vir a público dar uma satisfação à comunidade
rondonopolitana, sobretudo aos nossos alunos, a respeito da paralisação do nosso
campus.
Sabemos que não é tarefa fácil falar em greve por
melhores condições salariais e/ou melhores condições de trabalho na educação ou em qualquer outro setor, quando a maioria
da população sobrevive com um salário mínino e nem sempre usufrui das melhores
condições de trabalho.
Entretanto, sabemos que muito do pouco, que já conquistamos até hoje, é decorrente desses momentos de negociações em diferentes períodos históricos. Portanto,
se greve não é o melhor caminho (como de
fato não deveria ser), ela, para o contexto social e político em que vivemos, ainda
é necessária. Sem contar que ela é uma forma legítima de nos organizarmos para
defender nossas idéias e interesses, e isso já mostrou que tem contribuído para
a organização da sociedade em sentido
mais amplo.
Engajar nessa luta pelos nossos
direitos é uma forma de exercermos nossa cidadania. Cidadania que implica, antes de tudo, em descobrir como nossas
forças podem contribuir para construir uma sociedade mais justa. É uma forma de
mobilizar a sociedade no sentido de lutar, dentre outras coisas, pelo ideal de
se implantar no país a prática da POLÍTICA. Não essa “indústria de explorar o
benefício de interesses pessoais”, mas a política
que Rui Barbosa definiu como arte
de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais,
leis escritas, ou tradições respeitáveis. Uma política que torne possível a convivência pacífica e cooperativa entre os
grupos e pessoas na produção da própria
existência da sociedade. Quantos problemas de ordem social,
ecomômica e cultural (que passamos a acreditar serem naturais) seriam extirpados
de vez da sociedade, se a política de Rui Barbosa fosse praticada!
Acreditamos que nossas reivindicações, certamente, exigem muito pouco. Apenas empenho
de nossos representantes políticos no sentido de direcionar com retidão as verbas
públicas, planejando, administrando e
fiscalizando-as, a fim de se evitar tantos desvios de verbas que deveriam ser destinadas ao bem
comum. Não podemos fazer de conta que “estas contas” não influenciam
negativamente na hora de o governo destinar adequadamente verbas para as
devidas pastas: educação, saúde, habitação, segurança, etc.
Na pauta de reivindições, estamos pleiteando, além de
uma política salarial, a destinação de 10% do PIB para a
educação pública; mudanças na MP 568; reestruturação
das carreiras (Docentes e Técnicos Administrativo em Educação – TAE); democracia e melhoria das condições de
trabalho.
Esperamos que esse movimento grevista seja visto como uma forma que temos para influir nos rumos do ambiente em que vivemos, em vez de nos deixar levar por ele. Como forma de luta por nossos direitos sim, mas pensando também nos direitos, convicções e valores de todos. “Se os nossos direitos cabem no papel, a conquista deles cabe em nossas mãos”, se assim não for, não merecemos tê-los.
Esperamos que esse movimento grevista seja visto como uma forma que temos para influir nos rumos do ambiente em que vivemos, em vez de nos deixar levar por ele. Como forma de luta por nossos direitos sim, mas pensando também nos direitos, convicções e valores de todos. “Se os nossos direitos cabem no papel, a conquista deles cabe em nossas mãos”, se assim não for, não merecemos tê-los.
SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, PROFISSIONAL E TECNOLOGICA.
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