PROJETO MEIO AMBIENTE: CULTIVO DO HÁBITO DO USO DOS 5 rS

2011: Mais um ano letivo pela frente. Em 2010, realizamos com bastante êxito o projeto Gêneros Textuais (orais e escritos), objetivando conhecer, analisar e produzir textos ligados aos Valores Humanos. Neste ano, 2011,a proposta dos gêneros visa desenvolver habilidades e potencialidades relacionadas ao respeito pelo MEIO AMBIENTE, sobretudo à prática ao uso dos 5Rs (Respeitar, repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Por isso, abri um página - MEIO AMBIENTE - só com textos que discorrem sobre o tema. O IFMT campus Rondonópolis não pode prescindir, num momento de agonia do planeta, do seu papel de construção de cidadania. Aguardem!! “Se quisermos ter menos lixo, precisamos rever nosso paradigma de felicidade humana. menos lixo significa ter... mais qualidade, menos quantidade; mais cultura, menos símbolos de status; mais esporte, menos material esportivo; mais tempo para as crianças, menos dinheiro trocado; mais animação, menos tecnologia de diversão; mais carinho, menos presente... (Gilnreiner, 1992)

30 de agosto de 2010

INTRODUÇÃO

Práticas de Leitura/Escrita em sala de aula

                                      Honoralice de Araújo Mattos Paolinelli (UNINCOR)
                                      Sérgio Roberto Costa (UNINCOR)
Introdução
    
     O ensino tradicional da língua materna pode ser caracterizado por seu feitio predominantemente normativo e conceitual. Esse tratamento privilegiado da forma se faz visível na atenção especial dedicada à ortografia, à produção e à sintaxe.
     Na década de 70 e sobretudo a partir dos anos 80, a hegemonia dessa concepção formalista passou a ser contestada com o surgimento de teorias inspiradas no sociointeracionismo, na teoria da enunciação e do discurso e na linguística do texto.
     Segundo essas teorias, a prática linguística seria uma forma de interação de sujeitos; e o texto, o resultado dessa interação. Assim, além das formas linguísticas, passam a ser estudadas com interesse crescente as relações entre essas formas e seu contexto de uso, suas condições de produção e o processo mental de todos esses elementos pelos sujeitos falantes. Desse modo, o ensino da linguagem - antes conceitual e normativo - passa a ser centrado no uso e no funcionamento da língua enquanto sistema simbólico, situado num contexto sócio-histórico determinado.
     É a partir dessa compreensão que se formula a expressão “produção de texto”, com a qual se pretende evidenciar o ato, o processo de elaborar um texto.

Desenvolvimento
    
     Ensinar a ler é uma tarefa de todo professor, não sendo exclusividade do de Língua Portuguesa, quase sempre responsabilizado pela dificuldade do aluno de interpretar questões de outras disciplinas. O desconhecimento do que seja leitura e dos processos sócio-cognitivos nela envolvidos leva as pessoas a construírem um conceito limitado desta ação de linguagem.
      A noção textual usualmente presente na escola empobrece o trabalho com a leitura/escrita, pelo fato de tratar de maneira idêntica qualquer texto, desconsiderando suas especificidades e intenções.
     No ambiente escolar, o texto é abordado como um produto, ignorando-se, assim, a dinamicidade de seu processo de significação, que inclui a consideração de estruturas, de conhecimentos prévios partilhados, de múltiplos recursos semióticos, como a imagem e, ainda, as condições de produção: o contexto, os sujeitos envolvidos nessa ação de linguagem, as intenções comunicativas, o meio de circulação do texto.
     Apesar do surgimento das novas teorias que sustentam a produção textual, a partir dos anos 80, a qualidade das redações dos alunos pouco alterou. Os textos continuam artificiais, padronizados, mal sequenciados, intraduzíveis e fora de seu contexto de produção.
     Para que haja mudança no quadro é necessário que o professor passe a olhar a produção escrita do aluno não atrás de erros, atentando apenas para a linearidade do texto, mas buscando ver o significado e as formas de construção desse significado.
     A escola é tomada como um autêntico lugar de comunicação e as situações escolares como ocasiões de produção/recepção de textos. Portanto, no ambiente escolar, a produção de textos deve inserir-se num processo de interlocução, o que implica a realização de uma série de atividades mentais - de planejamento e de execução - que não são lineares nem estanques, mas recursivas e interdependentes.
     “É impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto.” Essa posição defendida por Bakhtin (1997) e também por Bronckart (1999) é adotada pela maioria dos autores que tratam a língua em seus aspectos discursivos e enunciativos e não em suas peculiaridades formais. Essa visão segue uma noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva.
     É nesse contexto que os gêneros textuais se constituem como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo. O trabalho com gêneros textuais é uma excelente oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos no dia-a-dia, pois nada do que fizermos linguisticamente está fora de ser um gênero.
     No trabalho com produção de textos é importante ainda fazer-se uma distinção entre gêneros textuais e tipos textuais.
    O segundo é usado para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição, ou seja, aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas. Cada tipo textual possui pistas linguístico-discursivas características e as sequências linguísticas são norteadoras.
     Já a expressão gênero textual refere-se a textos materializados, encontrados em nossa vida diária e que representam características sócio-comunicativas definidas por seus conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição próprios.
   Enquanto os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros, devido à enorme diversidade das atividades enunciativo-discursivas das esferas sociais, ou seja, domínios discursivos. Esses domínios não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de discursos bem específicos. Assim, falamos em discurso religioso, discurso jurídico, discurso jornalístico. As atividades sociais é que dão origem a vários deles, constituindo práticas discursivas dentro das quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais. Os domínios discursivos são as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam.
     Para aprender a escrever um gênero determinado de texto, é necessário que os alunos sejam postos em contato com um corpus textual desse mesmo gênero, que lhes sirva de referência em situações de comunicação bem definidas e reais.
     É função do professor fornecer ao aluno condições adequadas de elaboração, permitindo-lhe empenhar-se na realização consciente de um trabalho lingüístico que realmente tenha sentido para si, e isso só é conseguido à medida que a proposição de produção textual seja bem clara e definida, apresentando-se as “coordenadas” do contexto de produção. É necessário que o aprendiz possa sentir que realmente está produzindo para um leitor (que não deve ser apenas o professor ), eliminando a exclusividade das situações artificiais de produção textual tão presentes no cotidiano da escola.
    Com o objetivo de trabalhar diversidade de textos em situações concretas e reais de comunicação, será apresentada uma proposta prática de produção de texto em sala de aula.
    
   Esse trabalho foi desenvolvido com alunos da 2ª e 3ª séries do Ensino Médio do  Centro Integrado de Ensino no I e II Graus de Rondonópolis - Mato Grosso.

23 de agosto de 2010

VESTIBULAR

VESTIBULAR
Assista ao filme e confira o que diz o professor Platão Savioli sobre a dissertação do Enem - confira também outras dicas da Revista "Veja" em Enem - Dicas
http://veja.abril.com.br/tema/enem-2010
Livros/resumos/análises
- "Memórias de um Sargento de Milícias"; ouça podcast clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u28.jhtm
-"Vidas Secas" de Graciliano Ramos  ouça podcast clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u34.jhtm
- "O Cortiço" de Aluízio de Azevedo - ouça podcast - i]clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u32.jhtm
- "A Cidade e as Serras" de Eça de Queirós clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u33.jhtm
- "Dom Casmurro" de Machado de Assis - clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u31.jhtm
- "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente -clique emhttp://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u31.jhtm
- "Iracema" de José de Alencar - clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u30.jhtm
- Antologia Poética de Vinícius de Moraes clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2773u36.jhtm
 SIMULADO FUVEST 2007 - online com respostas corretas e porcentagem de acertos




O Mundo Vestibular criou um simulado completo e interativo do Vestibular Fuvest 2007. Através do simulado Fuvest 2007 você pode se preparar para a prova da Fuvest e testar seus conhecimentos para o próximo vestibular. ck]lique no link: http://www.mundovestibular.com.br/articles/118/1/SIMULADO-FUVEST-2007/Paacutegina1.html
E boa sorte.

Resolva as questões de simulados online - as provas são antigas, mas sempre vale a pena! clique em: http://www.estudantes.com.br/simulado/default.asp


02/09/2010 - 10h52 / Atualizada 02/09/2010 - 10h55
Ver dicas de português em http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/
Prepare-se para a prova de Português com o resumo da disciplina: Clique em http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/linguaportuguesa.jhtm

UFRGS recebe inscrições para o vestibular 2011 a partir desta quinta-feira

A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) abre nesta quinta-feira (2) as inscrições para o processo seletivo 2011. Os interessados devem se inscrever no www.vestibular.ufrgs.br, até as 23h59 do dia 3 de outubro. A taxa de inscrição custa R$ 100.
No total, são oferecidas 5.018 vagas. Confira a partir da página 21 do manual do candidato a distribuição dessas vagas por curso, semestre e sistema de ingresso.
A Coperse (Comissão Permanente de Seleção) disponibilizará computadores e acesso à internet para os candidatos realizarem a inscrição, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, no seguinte endereço:
::Rua Ramiro Barcelos, 2574
Portão K – Bairro Santa Cecília::
Os locais de prova serão divulgados a partir de 06 de dezembro. As provas serão aplicadas de 9 a 12 de janeiro de 2011, a partir das 8h30, em Porto Alegre, Bento Gonçalves e Imbé/Tramandaí. A duração dos exames será de 4h30.
Os vestibulandos devem optar pelo uso ou não do resultado das provas objetivas do Enem (ExamNacional do Ensino Médio) 2010 para a composição da nota.
Os candidatos aos cursos de artes visuais (bacharelado e licenciatura), música, teatro e teatro (licenciatura) deverão fazer provas de habilitação específica, que serão aplicadas somente em Porto Alegre, entre os dias 13 e 22 de outubro.
O resultado final do vestibular deve ser divulgado até 24 de janeiro. Outras informações podem ser obtidas no manual do candidato ou pelo site da universidade.

Inscrições para vestibular da Unicamp começam nesta segunda

     As inscrições para o vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão abertas a partir desta segunda-feira e vão até 8 de outubro. O formulário de inscrição está disponível no site da Comvest. A taxa de inscrição custa 120 reais.
     O Vestibular Unicamp 2011 oferece 3.444 vagas em 66 cursos da Unicamp e em dois cursos da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). O Kit do Vestibulando (Manual do Candidato e Revista do Vestibulando) é gratuito e fica disponível para consulta e impressão na página eletrônica da Comvest também a partir desta segunda.
     O processo deste ano apresenta algumas mudanças. Na primeira fase, o candidato deverá escrever três textos de gêneros diversos. O número de questões passará de 12 dissertativas para 48 de múltipla escolha.     
       Essas questões serão elaboradas com base nos conteúdos das diversas áreas do conhecimento - 12 questões de Matemática; 18 de ciências humanas e artes; e 18 de ciências da natureza. A segunda fase passará a ser realizada em três dias e não mais em quatro dias.
Serão aplicadas três provas de 24 questões dissertativas, realizadas durante três dias consecutivos. No 1º dia, haverá 12 questões de língua portuguesa e de literaturas da língua portuguesa e 12 questões de Matemática; 2º dia - 18 de ciências humanas e artes e 6 de língua inglesa; 3º dia - 24 questões na área de ciências da natureza.
    A duração da prova da primeira fase passará de quatro para cinco horas. Já a duração da segunda fase está mantida em quatro horas a cada dia de prova. O acesso aos locais de provas será permitido até as 13 horas, tanto na primeira quanto na segunda fase, sendo que a recomendação da Comvest é para que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência.

(Com Agência Estado)

UFT disponibiliza 25% das vagas do vestibular 2011 pelo Sisu

 A UFT (Universidade Federal do Tocantins) irá oferecer 25% das vagas de cada curso do processo seletivo 2011 pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) do MEC (Ministério da Educação). No total são ofertadas 1.620 vagas para ingresso no primeiro semestre de 2010.
O curso de arquitetura e urbanismo será o único que não terá vagas disponíveis pelo Sisu, os interessados nesta graduação devem realizar, exclusivamente, o vestibular tradicional.
Para participar do Sisu, os candidatos devem realizar as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010, que serão aplicadas nos dias 6 e 7 de novembro, e aguardar as informações sobre a seleção, que serão divulgadas no http://enem.inep.gov.br/.
Veja como as demais universidades federais usarão a nota do Enem 2010:

Confira  um mapa disponível no site  http://vestibular.uol.com.br/ultimas-noticias/2010/08/23/uft-disponibiliza-25-das-vagas-do-vestibular-2011-pelo-sisu.jhtm     com todas as informações sobre quais faculdades aderiram ao exame do Enem - clipe no ponto e entre no site para compreender como cada uma fez tal adesão.  busque essas informações necessárias. Não quero ver ninguém chorando o leite derramado. "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer"


Vestibular tradicional


As inscrições para o vestibular tradicional da UFT serão realizadas entre os dias 1 de setembro e 5 de outubro. Os locais de prova serão divulgados a partir de 19 de outubro e os exames serão aplicados em 14 de novembro. A primeira chamada está prevista para 21 de dezembro.

Fuvest


02/08 – Manual do Candidato FUVEST 2011 disponível para consulta no site www.fuvest.br.
27/08 – Início do período de inscrições, pela internet, no Vestibular FUVEST 2011.
10/09 – Último dia para inscrição, pela internet, no Vestibular FUVEST 2011.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - VER SITE-
Inscrições na Internet: 03/08/2010 a 31/08/2010
Inscrições de isentos: 04/05/2010 a 13/05/2010
Inscrições do Enem: 21/06/2010 a 16/07/2010 (prova do Enem)


Veja no manual do candidato como esse vestibular usa a nota do Enem

A UFPR (Universidade Federal do Paraná) recebe até o dia 20 de setembro, inscrições para o Vestibular 2011.


Neste vestibular a UFPR ofertará quatro novos cursos:Agronomia no Campus de Palotina, Informática Biomédica, Tecnologia em Gestão Pública e Terapia Ocupacional noturno, que vinha sendo oferecido apenas para o período diurno. Serão 5.540 vagas mas como a UFPR adotou 10% das suas vagas para o SISU - Sistema de Seleção Unificada do Mínistério da Educação, as ofertas da UFPR caem para 5.016. O restante será aprovado pelo SISU. A nota final do ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio também será considerada.
A taxa de inscrição será de R$ 80,00 e poderá ser paga em qualquer banco. Os estudantes treineiros, aqueles que não terminaram o ensino médio e vão fazer vestibular como experiência, a taxa será de R$ 79,00.
As inscrições devem ser feitas pelo site: www.nc.ufpr.br, endereço em que também é possível imprimir o edital com todas as orientações do concurso.


DATAS - A primeira fase do vestibular será dia 14 de novembro, um domingo, das 14 às 19 horas e a segunda etapa, dias 5 e 6 de dezembro, também das 14 às 19 horas. Mas os alunos que optarem pelo curso de Música, farão um prova de habilidade específica, dia 10 de outubro.


ALTERAÇÕES DO CONCURSO - Os novos critérios com a implantação de parte do Sisu e também com o Enem serão explicados pelos coordenadores do Núcleo de Concursos em palestras nos três dias da feira em dois horários, às 9 e às 14 horas.
Mais informações: http://www.nc.ufpr.br/

Vestibular 2011


Unifesp abre inscrições para o processo seletivo nesta 4ª

Os interessados em se candidatar a uma vaga nas carreiras com duas fases do vestibular 2011 da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) podem se inscrever no processo seletivo a partir desta quarta-feira. As inscrições vão até o dia 30 de setembro e devem ser feitas pelo site da Fundação Vunesp, responsável pelo exame.
     A taxa de inscrição é de 80 reais e as provas serão aplicadas nos dias 16 e 17 de dezembro. O aluno que se inscrever deverá ter em mãos o número de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que a primeira fase do vestibular da Unifesp foi substituída pelo exame, que acontece entre os dias 6 e 7 de novembro.
      Os 15 cursos disponíveis com duas fases são para as cidades de São Paulo (Ciências Biológicas, Enfermagem, Fonoaudiologia e Medicina), Diadema (Ciências Biológicas e Engenharia Química) e Guarulhos (Letras , com opção de bacharelado ou licenciatura em português, inglês, espanhol ou francês). São oferecidas 628 vagas, sendo 572 pelo sistema universal e 56 pelo sistema de cotas (vagas destinadas a candidatos negros, pardos ou indígenas, e que tenham cursado o ensino médio em escola pública municipal, estadual ou

Alongamento ajuda a enfrentar maratona de provas de vestibular; confira exercícios
Ana Okada

     Para encarar a maratona de vestibulares que começa neste fim de semana com a prova da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e segue pelos próximos, com provas da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular da USP) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o corpo tem que estar preparado. A fisioterapeuta Thaís Capeletti explica que a grande dificuldade para o corpo nesses exames é aguentar o longo tempo sentado: "as pessoas têm diferentes tamanhos e biotipos e terão que ficar num mesmo tipo de cadeira, que não dá confortabilidade e não tem ajuste".
Veja 11 sugestões de alongamentos para fazer antes e depois da prova
    Respiração correta e alongamento prévio preparam o corpo e também deixam a pessoa mais tranquila, "mais preparada para tomar decisões mais corretas"
     O alongamento e a postura correta ao sentar são as grandes "armas" que podem preparar o corpo para aguentar toda a pressão que será exercida sobre o corpo, pois evita as indesejadas dores. As áreas mais atingidas quando permanecemos sentados durante muito tempo são o pescoço e a região lombar, localizada no final das costas.
      "A respiração correta e o alongamento prévio preparam o corpo e também deixam a pessoa mais tranquila", diz a fisioterapeuta. Essa é a condição ideal para fazer a prova, pois, de acordo com Hanna Antunes, do Centro de Estudos de Psicobiologia do Exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), quanto mais o estudante estiver relaxado, "mais estará preparado para tomar decisões mais corretas".
Antes da prova
    Para se preparar, o estudante pode fazer um alongamento das pernas antes de se sentar, da seguinte forma: de pé, o candidato deve curvar o tronco para frente, levando as mãos em direção aos pés, sem forçar a coluna. "O objetivo não é forçar, mas alongar a musculatura de trás da coxa, para preparar o estudante para ficar sentado por muito tempo", diz Thaís.
    Antes de sentar para o início do exame, a fisioterapeuta também recomenda que o estudante dê uma boa espreguiçada, boceje, estique o corpo e respire fundo. Ao sentar-se, a fisioterapeuta recomenda o alongamento dos braços: eles devem ser projetados para a frente do corpo, com os dedos entrelaçados e as palmas das mãos viradas para fora.
    Depois dos braços, é a vez de alongar o pescoço: o candidato deve fazer movimento circular com a cabeça de um lado para outro. Depois, deve jogar o queixo para o teto e a cabeça para trás. "Esse movimento tira o peso do ombro e evita dor no pescoço", diz Thaís. Os punhos e os dedos também devem ser alongados.
    Postura
    É importante sentar-se com a postura o mais reta possível, para evitar dores na região lombar. Thaís explica que manter as costas retas é melhor do que sentar-se de maneira relaxada pois esta posição, apesar de ser mais confortável, acaba trazendo mais dores depois.
  A fisioterapeuta também aconselha: "Depois de 1h30 o estudante tem que espreguiçar e mudar de posição. Quando nos esticamos, nutrimos melhor os músculos e isso também oxigena o cérebro. O raciocínio fica melhor", diz.
Depois da prova
    Ao final da prova, quando o candidato pode estar muito tenso, é recomendado que ele faça exercícios pendulares, elevando um braço para cima e calmamente e abaixando-o, alternando esse movimento com o outro braço.
    Depois disso, ele pode alongar as pernas: de pé, deve dobrar a perna para trás e segurar o pé, sem puxá-lo muito, em direção aos glúteos. O alongamento do resto do corpo também deve ser repetido.


Retirado do site da UOL

Relaxe sem culpa, veja filmes e estude. 
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/08/28/ult1811u233.jhtm 

Entenda as competências avaliadas na redação do Enem

Nilma Guimarães*
Especial para o UOL


     O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) exige que o candidato redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo, cujo tema se relacione a questões sociais, políticas, culturais e/ou científicas, a partir de uma situação-problema. É automaticamente desconsiderada para correção pela banca avaliadora a redação que se afastar do tema proposto ou for de encontro aos direitos humanos e à cidadania.
     São cinco as competências avaliadas na prova de redação, conforme se verifica a seguir:
1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita
Você não precisa escrever como Machado de Assis ou Gilberto Dimenstein! Porém, é necessário demonstrar um conhecimento mínimo de regras básicas de escrita na nossa língua, supostamente aprendidas em 11 anos ou mais de escolaridade.
     Por exemplo, atentar para a pontuação é essencial, pois uma vírgula ou ponto final no lugar errado pode comprometer o sentido do seu texto e dificultar a compreensão por parte do leitor (no caso, o avaliador da banca de correção). Além do sentido, é importante lembrar que o respeito às normas gramáticas, ainda que não seja o requisito mais importante na construção do sentido do texto, demonstra algum grau de conhecimento a respeito da língua e isso pode contar a seu favor.
2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo
    A compreensão da proposta de redação já é o primeiro passo para que você possa se sair bem na prova, uma vez que o desenvolvimento do tema apresentado torna-se muito mais tranqüilo e não há o risco de seu texto ser desconsiderado pela banca de correção. Além disso, é preciso lembrar de que se trata de um texto em prosa (ou seja, você não pode escrever um poema), do tipo dissertativo-argumentativo, o que significa adotar um posicionamento crítico e reflexivo diante de determinada questão ou expressar sua opinião de modo claro e coerente.
     Para isso, é essencial valer-se de seu conhecimento de mundo, uma vez que se torna muito mais difícil elaborar um texto sobre algo que você nunca ouviu falar. Daí a importância da leitura de textos diversificados, sobretudo os jornalísticos, para que você tenha o que dizer em sua redação.
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
     Não basta apresentar dados e informações ou mesmo expressar sua opinião ou expor argumentos se você não for capaz de selecionar, dentre estes, aqueles que de fato apresentam pertinência com o tema proposto.
    Ademais, além de uma seleção criteriosa de dados, informações e argumentos, é primordial saber organizar as idéias a partir deles e apresentar a sua interpretação para a situação-problema em questão, estabelecendo relações lógicas e coerentes e fazendo a sua leitura da realidade, a fim de demonstrar seu ponto de vista em relação ao tema proposto.
    4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação
    Além da seleção adequada dos argumentos, conforme ressaltado no item anterior, faz-se necessário organizá-los no texto de modo lógico e coerente. Para isso, é fundamental utilizar os chamados elementos de coesão textual e/ou os organizadores argumentativos, como, por exemplo, advérbios, locuções adverbiais e conjunções, estabelecendo relações adequadas entre termos e também entre os parágrafos, sobretudo no desenvolvimento do texto, a fim de que o sentido seja construído de maneira clara e objetiva.
   É preciso, ainda, saber utilizar um repertório lingüístico ou vocabular adequado ao tema e aos objetivos do texto. Isso não significa, em hipótese alguma, valer-se, de maneira desenfreada, de termos e/ou expressões considerados mais rebuscados ou eruditos a fim de impressionar a banca de correção.
   Lembre-se de que os membros dessa banca são professores de português e já estão bastante acostumados às táticas e "truques" dos candidatos. De nada adianta valer-se desse tipo de artifício para impressioná-los. Assim, é fácil perceber que o vocabulário escolhido deve ser simples e direto e atender aos objetivos do texto.
     5. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural
     Partindo-se de uma proposta de redação que apresenta uma situação-problema, é possível concluir que toda a construção da argumentação deve ter como objetivo a apresentação de possíveis soluções para a questão levantada. A solução, ou soluções, porém, deve resultar de uma relação lógica e coerente com os argumentos, opiniões, informações e dados apresentados no desenvolvimento.
     Ademais, embora seja muito difícil que isso ocorra - até porque muitas formas de preconceitos e/ou desrespeito aos valores humanos recebem hoje algum tipo de sanção legal -, é aconselhável cautela diante de seu posicionamento a respeito de determinadas questões consideradas o calcanhar-de-aquiles das sociedades contemporâneas. Por exemplo, o preconceito racial, social e/ou religioso, a prática de tortura ou a apologia à violência de qualquer espécie.
    A razão é óbvia: idéias e/ou concepções retrógradas e pouco ortodoxas acerca desses temas vão contra as muitas conquistas, sociais, políticas e culturais sedimentadas depois de décadas ou até mesmo séculos de luta por justiça social e respeito à integridade humana.


* Nilma Guimarães é formada em letras clássicas e vernáculas pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Cursa o mestrado em educação pela Faculdade de Educação da USP, na área de metodologia do ensino de língua portuguesa. Site da UOL, acesso em 27 de agosto de 2010.


























21 de agosto de 2010

LER É PERIGOSO

Comumente, afirmamos que nossos alunos não são leitores, que são alienados, que não se aprofundam em nada e coisa e tal. Verdade ou mito? Podemos generalizar???Compartilho com vocês o comentário de uma de minhas alunas do 3º ano A - Gabriele Strobel - a respeito do que disse Gilberto Dimenstein sobre a desimportância do diploma num universo de pouca leitura. Veja como ela usou a ironia no processo de convencimento.

Gabriele Strobel 3º ano "A" CIE
      "A leitura nos traz a compreensão da sociedade e o sistema em que vivemos, traz também o senso crítico e a opinião formada. Através disso, teríamos entendimento da verdade por trás da política, da religião e da alienação cultural. Isso só prejudicaria o capitalismo selvagem no qual estamos inseridos.
     Pra ser sincera, penso que a Igreja Católica estava certa na Idade Média, quando queimava alguns livros. Imagina para o ser humano despertar de um sonho e se deparar com a dura realidade! Nada contra quem lê; mas ler não é nada bom. A leitura nos torna incapazes de suportar a realidade, tira o homem de sua vida pacata e o transporta a lugares nada convencionais. Para uma criança o perigo ainda é maior porque ela pode crescer inconformada e querer até mudar o mundo. Dá pra imaginar?
      Além disso, a leitura pode tornar o homem mais consciente. Imagine! Seria uma confusão se todo mundo resolvesse exigir o que merece. Descobriria que não somos todos iguais, como diz a nossa Constituição. Seria uma completa frustação concluir que acreditávamos em um monte de mentira e enxergar que habitamos num mundo de podridão. Mas, infelizmente, o Estado não proíbe ninguém de ler. O povo que realmente não lê, por pura e espontânea vontade! Quer um conselho? Silêncio. Ler só serve aos sonhadores. 'Ler pode tornar as pessoas mais perigosamente humanas' ".

                                                                   Rondonópolis, 21 de agosto de2010.
                                                                                                                 Gabriele Strobel

Rondonópolis, 22 de agosto de 2010

Bruna Meneghetti
    Li o texto de Gilberto Dimenstein, da revista veja, e pensei: o que é um diploma? Um diploma é um documento emitido por uma instituição de ensino, tal como uma universidade ou instituto politécnico, que testemunha que a pessoa a quem é concedido completou com sucesso um determinado curso. Isso aconteceu na teoria, mas na pratica todos concluem com sucesso? Eu conheço pessoas que fizeram faculdade simplesmente para ter um diploma e tenho certeza que esse tipo de pessoa pode se tornar um péssimo profissional. Como diz o próprio Gilberto “É quase impossível alguém progredir, de fato, profissionalmente se não tiver o hábito de leitura constante de jornais, livros e revistas.” Pois uma pessoa que entra na faculdade sem o prazer de estar aprendendo, é alienado em vários aspectos, incluindo a leitura o que leva a pessoa ao não progresso. O mundo em que vivemos é muito exigente, e se queremos reconhecimento precisamos de uma boa formação, começando em casa. Concordo plenamente com a frase: “sai na frente quem vem de família com maior bagagem cultural, que patrocina aos filhos viagens, museus, teatros, debates em casa, livros.” Pois assim a familia formará um individuo totalmente flexível, que sabe lidar com qualquer assunto e com censo critico altamente desenvolvido. Não basta apenas se prender ao conteúdo de livros, devemos buscar o conteúdo do mundo, ter visão de mundo e é a leitura quem vai nos oferecer isso.
                          Por Bruna Meneghetti em LEITURA E SENSO CRÍTICO em 22/08/10


Tathyanne Tremura
          Após ter lido o texto de Gilberto Dimenstein, da revista Veja, comecei a refletir sobre a importância da faculdade. Cursar uma faculdade simplesmente pelo diploma? É isso que nós temos hoje no Brasil. Mas as coisas estão mudando, pois as empresas não querem apenas os que possuem maior conhecimento técnico, como diz o trecho: “Eles pedem cada vez menos conhecimento técnico e mais flexibilidade, criatividade, capacidade de trabalhar em grupo. Até mesmo a intuição passa a ser valorizada.” Mas nem por isso deve-se deixar de lado o valor que a faculdade tem. Não se trata do valor concreto (diploma) e sim do que se leva no caminhar da faculdade. Não se pode ficar preso ao conteúdo próprio das matérias, devemos buscar conhecimentos alheios, pesquisas e leituras para obter conhecimento de mundo. A faculdade e as empresas não querem pessoas alienadas e nem centralizadas a um só assunto, eles querem pessoas que sejam flexíveis, que saibam “de tudo um pouco”. É por isso que precisamos estar em constantes atualizações se não quisermos ser passado para trás. Não fique ai pensando que só porque você acabou a faculdade de administração e vai trabalhar em um escritório que você não vai mais precisar estudar. Afinal, o mundo gira.

                                        Por Tathyanne Tremura em LEITURA E SENSO CRÍTICO em 22/08/10

Felicidade Clandestina


     Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
     Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".
     Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
     Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
      Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
      Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
      No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
       Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
     E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
        Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
      Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
      E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
   Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
     Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
  Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
    Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
     in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998  - Clarice Lispector

    Sugestões filmes de curta metragem. Assista aos filmes.
Depois de ler o texto,clik no link, digite o nome do filme e assista Felicidade Clandestina de Clarice Lispector     http://www.portacurtas.com.br/busca.asp. Faça um comentário, expondo seu sentimento a respeito do livro/leitura.
Os Desastres de Sofia


OS DESASTRES DE SOFIA
Clarice Lispector


Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de pro­fissão, e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele. O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, inter­rompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:— Cale-se ou expulso a senhora da sala.Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser o objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos. Ele me irritava. De noite, antes de dormir, ele me irritava.Eu tinha nove anos e pouco, dura idade como o talo não quebrado de uma begônia. Eu o espicaçava, e ao conseguir exacerbá-lo sentia na boca, em glória de martírio, a acidez insuportá­vel da begônia quando ê esmagada entre os dentes; e roia as unhas, exultante. De manhã, ao atravessar os portões da escola, pura como ia com meu café com leite e a cara lavada, era um choque deparar em carne e osso com o homem que me fizera devanear por um abismal minuto antes de dormir. Em superfície de tempo fora um minuto apenas, mas em profundidade eram velhos séculos de escuríssima doçura. De manhã — como se eu não tivesse contado com a exis­tência real daquele que desencadeara meus negros sonhos de amor — de manhã, diante do homem grande com seu paletó curto, em choque eu era jogada na vergonha, na perplexidade e na assustadora esperança. A esperança era o meu pecado maior.Cada dia renovava-se a mesquinha luta que eu encetara pela salvação daquele homem. Eu queria o seu bem, e em resposta ele me odiava. Contundida, eu me tornara o seu demônio e tormento, símbolo do inferno que devia ser para ele ensinar aquela turma risonha de desin­te­ressa­­dos. Tornara-se um prazer já terrível o de não deixá-lo em paz. O jogo, como sem­pre, me fascinava. Sem saber que eu obedecia a velhas tradições, mas com uma sabedoria com que os ruins já nascem — aqueles ruins que roem as unhas de espanto —, sem saber que obede­cia a uma das coisas que mais acontecem no mundo, eu estava sendo a prostituta e ele o santo. Não, talvez não seja isso. As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modi­ficam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito. Ou, pelo menos, não era apenas isso. Meu enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias. E nem todas posso contar — uma palavra mais verdadeira poderia de eco em eco fazer desabar pelo despenhadeiro as minhas altas geleiras. Assim, pois, não falarei mais no sorvedouro que havia em mim enquanto eu devaneava antes de adormecer. Senão eu mesma terminarei pensando que era apenas essa macia voragem o que me impelia para ele, esquecendo minha desesperada abnegação. Eu me tornara a sua sedutora, dever que ninguém me impusera. Era de se lamentar que tivesse caído em minhas mãos erradas a tarefa de salvá-lo pela tentação, pois de todos os adultos e crianças daquele tempo eu era provavelmente a menos indicada. “Essa não é flor que se cheire”, como dizia nossa empregada. Mas era como se, sozinha com um alpinista paralisado pelo terror do precipício, eu, por mais inábil que fosse, não pudesse senão tentar ajudá-lo a descer. O professor tivera a falta de sorte de ter sido logo a mais imprudente quem ficara sozinha com ele nos seus ermos. Por mais arriscado que fosse o meu lado, eu era obrigada a arrastá-lo para o meu lado, pois o dele era mortal. Era o que eu fazia, como uma criança importuna puxa um grande pela aba do paletó. Ele não olhava para trás, não perguntava o que eu queria, e livrava-se de mim com um safanão. Eu continuava a puxá-lo pelo paletó, meu único instrumento era a insistência. E disso tudo ele só percebia que eu lhe rasgava os bolsos. É verdade que nem eu mesma sabia ao certo o que fazia, minha vida com o professor era invisível. Mas eu sentia que meu papel era ruim e perigoso: impelia-me a voracidade por uma vida, vida real que tardava, e pior que inábil, eu também tinha gosto em lhe rasgar os bolsos. Só Deus perdoaria o que eu era porque só Ele sabia do que me fizera e para o quê. Eu me deixava, pois, ser matéria d'Ele. Ser matéria de Deus era a minha única bondade. E a fonte de um nascente misticismo. Não misticismo por Ele, mas pela matéria d'Ele, mas pela vida crua e cheia de prazeres: eu era uma adoradora. Aceitava a vastidão do que eu não conhecia e a ela me confiava toda, com segredos de confessionário. Seria para as escuridões da ignorância que eu seduzia o professor? e com o ardor de uma freira na cela. Freira alegre e monstruosa, ai de mim. E nem disso eu poderia me vangloriar: na classe todos nós éramos igualmente monstruosos e suaves, ávida matéria de Deus.Mas se me comoviam seus gordos ombros contraídos e seu paletozinho apertado, minhas gargalhadas só conseguiam fazer com que ele, fingindo a que custo me esquecer, mais contraído ficasse de tanto autocontrole. A antipatia que esse homem sentia por mim era tão forte que eu me detestava. Até que meus risos foram definitivamente substituindo minha delicadeza impossível.Aprender eu não aprendia naquelas aulas. O jogo de torná-lo infeliz já me tomara demais. Suportando com desenvolta amargura as minhas pernas compridas e os sapatos sempre cambaios, humilhada por não ser uma flor, e sobretudo torturada por uma infância enorme que eu temia nunca chegar a um fim — mais infeliz eu o tornava e sacudia com altivez a minha única riqueza: os cabelos escorridos que eu planejava ficarem um dia bonitos com permanente e que por conta do futuro eu já exercitava sacudindo-os. Estudar eu não estudava, confiava na minha vadiação sempre bem sucedida e que também ela o professor tomava como mais uma provocação da menina odiosa. Nisso ele não tinha razão. A verdade é que não me sobrava tempo para estudar. As alegrias me ocupavam, ficar atenta me tomava dias e dias; havia os livros de história que eu lia roendo de paixão as unhas até o sabugo, nos meus primeiros êxtases de tristeza, refinamento que eu já descobrira; havia meninos que eu escolhera e que não me haviam escolhido, eu perdia horas de sofrimento porque eles eram inatingíveis, e mais outras horas de sofrimento aceitando-os com ternura, pois o homem era o meu rei da Criação; havia a esperançosa ameaça do pecado, eu me ocupava com medo em esperar; sem falar que estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, não me decidia por qual de mim, toda eu é que não podia; ter nascido era cheio de erros a corrigir. Não, não era para irritar o professor que eu não estudava; só tinha tempo de crescer. O que eu fazia para todos os lados, com uma falta de graça que mais parecia o resultado de um erro de cálculo: as pernas não combinavam com os olhos, e a boca era emocionada enquanto as mãos se esgalhavam sujas — na minha pressa eu crescia sem saber para onde. O fato de um retrato da época me revelar, ao contrário, uma menina bem plantada, selvagem e suave, com olhos pensativos embaixo da franja pesada, esse retrato real não me desmente, só faz é revelar uma fantasmagórica estranha que eu não compreenderia se fosse a sua mãe. Só muito depois, tendo finalmente me organizado em corpo e sentindo-me fundamentalmente mais garantida, pude me aventurar e estudar um pouco; antes, porém, eu não podia me arriscar a aprender, não queria me disturbar — tomava intuitivo cuidado com o que eu era, já que eu não sabia o que era, e com vaidade cultivava a integridade da ignorância. Foi pena o professor não ter chegado a ver aquilo em que quatro anos depois inesperadamente eu me tornaria: aos treze anos, de mãos limpas, banho tomado, toda composta e bonitinha, ele me teria visto como um cromo de Natal à varanda de um sobrado. Mas, em vez dele, passara embaixo um ex-amiguinho meu, gritara alto o meu nome, sem perce­ber que eu já não era mais um moleque e sim uma jovem digna cujo nome não pode mais ser berrado pelas calçadas de uma cidade. “Que é?”, indaguei do intruso com a maior frieza. Recebi então como resposta gritada a notícia de que o professor morrera naquela madrugada. E branca, de olhos muito abertos, eu olhara a rua vertiginosa a meus pés. Minha compostura quebrada como a de uma boneca partida.Voltando a quatro anos atrás. Foi talvez por tudo o que contei, misturado e em conjunto, que escrevi a composição que o professor mandara, ponto de desenlace dessa história e começo de outras. Ou foi apenas por pressa de acabar de qualquer modo o dever para poder brincar no parque.— Vou contar uma história, disse ele, e vocês façam a composição. Mas usando as pala­vras de vocês. Quem for acabando não precisa esperar pela sineta, já pode ir para o recreio.O que ele contou: um homem muito pobre sonhara que descobrira um tesouro e ficara muito rico; acordando, arrumara sua trouxa, saíra em busca do tesouro; andara o mundo inteiro e continuava sem achar o tesouro; cansado, voltara para a sua pobre, pobre casinha; e como não tinha o que comer, começara a plantar no seu pobre quintal; tanto plantara, tanto colhera, tanto começara a vender que terminara ficando muito rico.Ouvi com ar de desprezo, ostensivamente brincando com o lápis, como se quisesse deixar claro que suas histórias não me ludibriavam e que eu bem sabia quem ele era. Ele contara sem olhar uma só vez para mim. É que na falta de jeito de amá-lo e no gosto de persegui-lo, eu também o acossava com o olhar: a tudo o que ele dizia eu respondia com um simples olhar direto, do qual ninguém em sã consciência poderia me acusar. Era um olhar que eu tornava bem límpido e angélico, muito aberto, como o da candidez olhando o crime. E conseguia sempre o mesmo resultado: com perturbação ele evitava meus olhos, começando a gaguejar. O que me enchia de um poder que me amaldiçoava. E de piedade. O que por sua vez me irritava. Irritava-me que ele obrigasse uma porcaria de criança a compreender um homem.Eram quase dez horas da manhã, em breve soaria a sineta do recreio. Aquele meu colégio, alugado dentro de um dos parques da cidade, tinha o maior campo de recreio que já vi. Era tão bonito para mim como seria para um esquilo ou um cavalo. Tinha árvores espalhadas, longas descidas e subidas e estendida relva. Não acabava nunca. Tudo ali era longe e grande, feito para pernas compridas de menina, com lugar para montes de tijolo e madeira de origem ignorada, para moitas de azedas begônias que nós comíamos, para sol e sombras onde as abe­lhas faziam mel. Lá cabia um ar livre imenso. E tudo fora vivido por nós: já tínhamos rolado de cada declive, intensamente cochichado atrás de cada monte de tijolo, comido de várias flores e em todos os troncos havíamos a canivete gravado datas, doces nomes feios e corações transpassados por flechas; meninos e meninas ali faziam o seu mel.Eu estava no fim da composição e o cheiro das sombras escondidas já me chamava. Apressei-me. Como eu só sabia “usar minhas próprias palavras”, escrever era simples. Apres­sava-me também o desejo de ser a primeira a atravessar a sala — o professor terminara por me isolar em quarentena na última carteira — e entregar-lhe insolente a composição, demonstran­do-lhe assim minha rapidez, qualidade que me parecia essencial para se viver e que, eu tinha certeza, o professor só podia admirar.Entreguei-lhe o caderno e ele o recebeu sem ao menos me olhar. Melindrada, sem um elogio pela minha velocidade, saí pulando para o grande parque.A história que eu transcrevera em minhas próprias palavras era igual à que ele contara. Só que naquela época eu estava começando a “tirar a moral das histórias”, o que, se me santifi­cava, mais tarde ameaçaria sufocar-me em rigidez. Com alguma faceirice, pois, havia acrescen­tado as frases finais. Frases que horas depois eu lia e relia para ver o que nelas haveria de tão poderoso a ponto de enfim ter provocado o homem de um modo como eu própria não conse­guira até então. Provavelmente o que o professor quisera deixar implícito na sua história triste é que o trabalho árduo era o único modo de se chegar a ter fortuna. Mas levianamente eu concluíra pela moral oposta: alguma coisa sobre o tesouro que se disfarça, que está onde menos se espera, que é só descobrir, acho que falei em sujos quintais com tesouros. Já não me lembro, não sei se foi exatamente isso. Não consigo imaginar com que palavras de criança teria eu exposto um sentimento simples mas que se torna pensamento complicado. Suponho que, arbi­trariamente contrariando o sentido real da história, eu de algum modo já me prometia por escrito que o ócio, mais que o trabalho, me daria as grandes recompensas gratuitas, as únicas a que eu aspirava. É possível também que já então meu tema de vida fosse a irrazoável esperança, e que eu já tivesse iniciado a minha grande obstinação: eu daria tudo o que era meu por nada, mas queria que tudo me fosse dado por nada. Ao contrário do trabalhador da história, na composição eu sacudia dos ombros todos os deveres e dela saía livre e pobre, e com um tesouro na mão.Fui para o recreio, onde fiquei sozinha com o prêmio inútil de ter sido a primeira, cis­cando a terra, esperando impaciente pelos meninos que pouco a pouco começaram a surgir da sala.No meio das violentas brincadeiras resolvi buscar na minha carteira não me lembro o quê, para mostrar ao caseiro do parque, meu amigo e protetor. Toda molhada de suor, vermelha de uma felicidade irrepresável que se fosse em casa me valeria uns tapas — voei em direção à sala de aula, atravessei-a correndo, e tão estabanada que não vi o professor a folhear os cadernos empilhados sobre a mesa. Já tendo na mão a coisa que eu fora buscar, e iniciando outra corrida de volta — só então meu olhar tropeçou no homem.Sozinho à cátedra: ele me olhava.Era a primeira vez que estávamos frente a frente, por nossa conta. Ele me olhava. Meus passos, de vagarosos, quase cessaram.Pela primeira vez eu estava só com ele, sem o apoio cochichado da classe, sem a admiração que minha afoiteza provocava. Tentei sorrir, sentindo que o sangue me sumia do rosto. Uma gota de suor correu-me pela testa. Ele me olhava. O olhar era uma pata macia e pesada sobre mim. Mas se a pata era suave, tolhia-me toda como a de um gato que sem pressa prende o rabo do rato. A gota de suor foi descendo pelo nariz e pela boca, dividindo ao meio o meu sorriso. Apenas isso: sem uma expressão no olhar, ele me olhava. Comecei a costear a parede de olhos baixos, prendendo-me toda a meu sorriso, único traço de um rosto que já perdera os contornos. Nunca havia percebido como era comprida a sala de aula; só agora, ao lento passo do medo, eu via o seu tamanho real. Nem a minha falta de tempo me deixara perceber até então como eram austeras e altas as paredes; e duras, eu sentia a parede dura na palma da mão. Num pesadelo, do qual sorrir fazia parte, eu mal acreditava poder alcançar o âmbito da porta — de onde eu correria, ah como correria! a me refugiar no meio de meus iguais, as crianças. Além de me concentrar no sorriso, meu zelo minucioso era o de não fazer barulho com os pés, e assim eu aderia à natureza íntima de um perigo do qual tudo o mais eu desco­nhecia. Foi num arrepio que me adivinhei de repente como num espelho: uma coisa úmida se encostando à parede, avançando devagar na ponta dos pés, e com um sorriso cada vez mais intenso. Meu sorriso cristalizara a sala em silêncio, e mesmo os ruídos que vinham do parque escorriam pelo lado de fora do silêncio. Cheguei finalmente à porta, e o coração imprudente pôs-se a bater alto demais sob o risco de acordar o gigantesco mundo que dormia.Foi quando ouvi meu nome.De súbito pregada ao chão, com a boca seca, ali fiquei de costas para ele sem coragem de me voltar. A brisa que vinha pela porta acabou de secar o suor do corpo. Virei-me devagar, contendo dentro dos punhos cerrados o impulso de correr.Ao som de meu nome a sala se desipnotizara.E bem devagar vi o professor todo inteiro. Bem devagar vi que o professor era muito grande e muito feio, e que ele era o homem de minha vida. O novo e grande medo. Pequena, sonâmbula, sozinha, diante daquilo a que a minha fatal liberdade finalmente me levara. Meu sorriso, tudo o que sobrara de um rosto, também se apagara. Eu era dois pés endurecidos no chão e um coração que de tão vazio parecia morrer de sede. Ali fiquei, fora do alcance do homem. Meu coração morria de sede, sim: Meu coração morria de sede.Calmo como antes de friamente matar ele disse:— Chegue mais perto . . .Como é que um homem se vingava?Eu ia receber de volta em pleno rosto a bola de mundo que eu mesma lhe jogara e que nem por isso me era conhecida. Ia receber de volta uma realidade que não teria existido se eu não a tivesse temerariamente adivinhado e assim lhe dado vida. Até que ponto aquele homem, monte de compacta tristeza, era também monte de fúria? Mas meu passado era agora tarde demais. Um arrependimento estóico manteve erecta a minha cabeça. Pela primeira vez a ignorância, que até então fora o meu grande guia, desamparava-me. Meu pai estava no trabalho, minha mãe morrera há meses. Eu era o único eu.— ... Pegue o seu caderno ..., acrescentou ele.A surpresa me fez subitamente olhá-lo. Era só isso, então!? O alívio inesperado foi quase mais chocante que o meu susto anterior. Avancei um passo, estendi a mão gaguejante.Mas o professor ficou imóvel e não entregou o caderno.Para a minha súbita tortura, sem me desfitar, foi tirando lentamente os óculos. E olhou-me com olhos nus que tinham muitos cílios. Eu nunca tinha visto seus olhos que, com as inúme­ras pestanas, pareciam duas baratas doces. Ele me olhava. E eu não soube como existir na frente de um homem. Disfarcei olhando o teto, o chão, as paredes, e mantinha a mão ainda estendida porque não sabia como recolhê-la. Ele me olhava manso, curioso, com os olhos despenteados como se tivesse acordado. Iria ele me amassar com mão inesperada? Ou exigir que eu me ajoelhasse e pedisse perdão. Meu fio de esperança era que ele não soubesse o que eu lhe tinha feito, assim como eu mesma já não sabia, na verdade eu nunca soubera.— Como é que lhe veio a idéia do tesouro que se disfarça?— Que tesouro? — murmurei atoleimada.Ficamos nos fitando em silêncio.— Ah, o tesouro!, precipitei-me de repente mesmo sem entender, ansiosa por admitir qualquer falta, implorando-lhe que meu castigo consistisse apenas em sofrer para sempre de culpa, que a tortura eterna fosse a minha punição, mas nunca essa vida desconhecida.— O tesouro que está escondido onde menos se espera. Que é só descobrir. Quem lhe disse isso?O homem enlouqueceu, pensei, pois que tinha a ver o tesouro com aquilo tudo? Atônita, sem compreender, e caminhando de inesperado a inesperado, pressenti no entanto um terreno menos perigoso. Nas minhas corridas eu aprendera a me levantar das quedas mesmo quando mancava, e me refiz logo: “foi a composição do tesouro! esse então deve ter sido o meu erro!” Fraca, e embora pisando cuidadosa na nova e escorregadia segurança, eu no entanto já me levantara o bastante da minha queda para poder sacudir, numa imitação da antiga arrogância, a futura cabeleira ondulada:— Ninguém, ora ..., respondi mancando. Eu mesma inventei, disse trêmula, mas já recomeçando a cintilar.Se eu ficara aliviada por ter alguma coisa enfim concreta com que lidar, começava no entanto a me dar conta de algo muito pior. A súbita falta de raiva nele. Olhei-o intrigada, de viés. E aos poucos desconfiadíssima. Sua falta de raiva começara a me amedrontar, tinha ameaças novas que eu não compreendia. Aquele olhar que não me desfitava — e sem cólera ... Perplexa, e a troco de nada, eu perdia o meu inimigo e sustento. Olhei-o surpreendida. Que é que ele queria de mim? Ele me constrangia. E seu olhar sem raiva passara a me importunar mais do que a brutalidade que eu temera. Um medo pequeno, todo frio e suado, foi me tomando. Devagar, para ele não perceber, recuei as costas até encontrar atrás delas a parede, e depois a cabeça recuou até não ter mais para onde ir. Daquela parede onde eu me engastara toda, furtivamente olhei-o.E meu estômago se encheu de uma água de náusea. Não sei contar.Eu era uma menina muito curiosa e, para a minha palidez, eu vi. Eriçada, prestes a vomitar, embora até hoje não saiba ao certo o que vi. Mas sei que vi. Vi tão fundo quanto numa boca, de chofre eu via o abismo do mundo. Aquilo que eu via era anônimo como uma barriga aberta para uma operação de intestinos. Vi uma coisa se fazendo na sua cara — o mal-estar já petrificado subia com esforço até a sua pele, vi a careta vagarosamente hesitando e quebrando uma crosta — mas essa coisa que em muda catástrofe se desenraizava, essa coisa ainda se parecia tão pouco com um sorriso como se um fígado ou um pé tentassem sorrir, não sei. O que vi, vi tão de perto que não sei o que vi. Como se meu olho curioso se tivesse colado ao buraco da fechadura e em choque deparasse do outro lado com outro olho colado me olhando. Eu vi dentro de um olho. O que era tão incompreensível como um olho. Um olho aberto com sua gelatina móvel. Com suas lágrimas orgânicas. Por si mesmo o olho chora, por si mesmo o olho ri. Até que o esforço do homem foi se completando todo atento, e em vitória infantil ele mostrou, pérola arrancada da barriga aberta — que estava sorrindo. Eu vi um homem com entranhas sorrindo. Via sua apreensão extrema em não errar, sua aplicação de aluno lento, a falta de jeito como se de súbito ele se tivesse tornado canhoto. Sem entender, eu sabia que pediam de mim que eu recebesse a entrega dele e de sua barriga aberta, e que eu recebesse o seu peso de homem. Minhas costas forçaram desesperadamente a parede, recuei — era cedo demais para eu ver tanto. Era cedo demais para eu ver como nasce a vida. Vida nascendo era tão mais sangrento do que morrer. Morrer é ininterrupto. Mas ver matéria inerte lentamente tentar se erguer como um grande morto-vivo ... Ver a esperança me aterrorizava, ver a vida me embrulhava o estôma­go. Estavam pedindo demais de minha coragem só porque eu era corajosa, pediam minha força só porque eu era forte. “Mas e eu?”, gritei dez anos depois por motivos de amor perdido, “quem virá jamais à minha fraqueza!” Eu o olhava surpreendida, e para sempre não soube o que vi, o que eu vira poderia cegar os curiosos.Então ele disse, usando pela primeira vez o sorriso que aprendera:— Sua composição do tesouro está tão bonita. O tesouro que é só descobrir. Você ... — ele nada acrescentou por um momento. Perscrutou-me suave, indiscreto, tão meu íntimo como se ele fosse o meu coração. — Você é uma menina muito engraçada, disse afinal.Foi a primeira vergonha real de minha vida. Abaixei os olhos, sem poder sustentar o olhar indefeso daquele homem a quem eu enganara.Sim, minha impressão era a de que, apesar de sua raiva, ele de algum modo havia con­fiado em mim, e que então eu o enganara com a lorota do tesouro. Naquele tempo eu pensava que tudo o que se inventa é mentira, e somente a consciência atormentada do pecado me redimia do vício. Abaixei os olhos com vergonha. Preferia sua cólera antiga, que me ajudara na minha luta contra mim mesma, pois coroava de insucesso os meus métodos e talvez terminasse um dia me corrigindo: eu não queria era esse agradecimento que não só era a minha pior punição, por eu não merecê-lo, como vinha encorajar minha vida errada que eu tanto temia, viver errado me atraía. Eu bem quis lhe avisar que não se acha tesouro à toa. Mas, olhando-o, desanimei: faltava-me a coragem de desiludi-lo. Eu já me habituara a proteger a alegria dos outros, as de meu pai, por exemplo, que era mais desprevenido que eu. Mas como me foi difícil engolir a seco essa alegria que tão irresponsavelmente eu causara! Ele parecia um mendigo que agradecesse o prato de comida sem perceber que lhe haviam dado carne estragada. O sangue me subira ao rosto, agora tão quente que pensei estar com os olhos injetados, enquanto ele, provavelmente em novo engano, devia pensar que eu corara de prazer ao elogio. Naquela mesma noite aquilo tudo se transformaria em incoercível crise de vômitos que manteria acesas todas as luzes de minha casa.— Você — repetiu então ele lentamente como se aos poucos estivesse admitindo com encantamento o que lhe viera por acaso à boca —, você é uma menina muito engraçada, sabe? Você é uma doidinha ..., disse usando outra vez o sorriso como um menino que dorme com os sapatos novos. Ele nem ao menos sabia que ficava feio quando sorria. Confiante, deixava-me ver a sua feiúra, que era a sua parte mais inocente.Tive que engolir como pude a ofensa que ele me fazia ao acreditar em mim, tive que engolir a piedade por ele, a vergonha por mim, “tolo!”, pudesse eu lhe gritar, “essa história de tesouro disfarçado foi inventada, é coisa só para menina!” Eu tinha muita consciência de ser uma criança, o que explicava todos os meus graves defeitos, e pusera tanta fé em um dia crescer — e aquele homem grande se deixara enganar por uma menina safadinha. Ele matava em mim pela primeira vez a minha fé nos adultos: também ele, um homem, acreditava como eu nas grandes mentiras ...... E de repente, com o coração batendo de desilusão, não suportei um instante mais — sem ter pegado o caderno corri para o parque, a mão na boca como se me tivessem quebrado os dentes. Com a mão na boca, horrorizada, eu corria, corria para nunca parar, a prece profunda não é aquela que pede, a prece mais profunda é a que não pede mais — eu corria, eu corria muito espantada.Na minha impureza eu havia depositado a esperança de redenção nos adultos. A necessidade de acreditar na minha bondade futura fazia com que eu venerasse os grandes, que eu fizera à minha imagem, mas a uma imagem de mim enfim purificada pela penitência do crescimento, enfim liberta da alma suja de menina. E tudo isso o professor agora destruía, e destruía meu amor por ele e por mim. Minha salvação seria impossível: aquele homem também era eu. Meu amargo ídolo que caíra ingenuamente nas artimanhas de uma criança confusa e sem candura, e que se deixara docilmente guiar pela minha diabólica inocência ... Com a mão apertando a boca, eu corria pela poeira do parque.Quando enfim me dei conta de estar bem longe da órbita do professor, sofreei exausta a corrida, e quase a cair encostei-me em todo o meu peso no tronco de uma árvore, respirando alto, respirando. Ali fiquei ofegante e de olhos fechados, sentindo na boca o amargo empoeirado do tronco, os dedos mecanicamente passando e repassando pelo duro entalhe de um coração com flecha. E de repente, apertando os olhos fechados, gemi entendendo um pouco mais: estaria ele querendo dizer que ... que eu era um tesouro disfarçado? O tesouro onde menos se espera... Oh não, não, coitadinho dele, coitado daquele rei da Criação, de tal modo precisara ... de quê? de que precisara ele? ... que até eu me transformara em tesouro.Eu ainda tinha muito mais corrida dentro de mim, forcei a garganta seca a recuperar o fôlego, e empurrando com raiva o tronco da árvore recomecei a correr em direção ao fim do mundo.Mas ainda não divisara o fim sombreado do parque, e meus passos foram se tornando mais vagarosos, excessivamente cansados. Eu não podia mais. Talvez por cansaço, mas eu su­cumbia. Eram passos cada vez mais lentos e a folhagem das árvores se balançava lenta. Eram passos um pouco deslumbrados. Em hesitação fui parando, as árvores rodavam altas. É que uma doçura toda estranha fatigava meu coração. Intimidada, eu hesitava. Estava sozinha na relva, mal em pé, sem nenhum apoio, a mão no peito cansado como a de uma virgem anunciada. E de cansaço abaixando àquela suavidade primeira uma cabeça finalmente humilde que de muito longe talvez lembrasse a de uma mulher. A copa das árvores se balançava para a frente, para trás. “Você é uma menina muito engraçada, você é uma doidinha”, dissera ele. Era como um amor.Não, eu não era engraçada. Sem nem ao menos saber, eu era muito séria. Não, eu não era doidinha, a realidade era o meu destino, e era o que em mim doía nos outros. E, por Deus, eu não era um tesouro. Mas se eu antes já havia descoberto em mim todo o ávido veneno com que se nasce e com que se rói a vida — só naquele instante de mel e flores descobria de que modo eu curava: quem me amasse, assim eu teria curado quem sofresse de mim. Eu era a escura ignorância com suas fomes e risos, com as pequenas mortes alimentando a minha vida inevitá­vel — que podia eu fazer? eu já sabia que eu era inevitável. Mas se eu não prestava, eu fora tudo o que aquele homem tivera naquele momento. Pelo menos uma vez ele teria que amar, e sem ser a ninguém — através de alguém. E só eu estivera ali. Se bem que esta fosse a sua única vantagem: tendo apenas a mim, e obrigado a iniciar-se amando o ruim, ele começara pelo que poucos chegavam a alcançar. Seria fácil demais querer o limpo; inalcançável pelo amor era o feio, amar o impuro era a nossa mais profunda nostalgia. Através de mim, a difícil de se amar, ele recebera, com grande caridade por si mesmo, aquilo de que somos feitos. Entendi eu tudo isso? Não. E não sei o que na hora entendi. Mas assim como por um instante no professor eu vira com aterrorizado fascínio o mundo — e mesmo agora ainda não sei o que vi, só que para sempre e em um segundo eu vi — assim eu nos entendi, e nunca saberei o que entendi. Nunca saberei o que eu entendo. O que quer que eu tenha entendido no parque foi, com um choque de doçura, entendido pela minha ignorância. Ignorância que ali em pé — numa solidão sem dor, não menor que a das árvores — eu recuperava inteira, a ignorância e a sua verdade incom­preensível. Ali estava eu, a menina esperta demais, e eis que tudo o que em mim não prestava servia a Deus e aos homens. Tudo o que em mim não prestava era o meu tesouro.Como uma virgem anunciada, sim. Por ele me ter permitido que eu o fizesse enfim sorrir, por isso ele me anunciara. Ele acabara de me transformar em mais do que o rei da Criação: fizera de mim a mulher do rei da Criação. Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto — uivaram os lobos, e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir.... E foi assim que no grande parque do colégio lentamente comecei a aprender a ser amada, suportando o sacrifício de não merecer, apenas para suavizar a dor de quem não ama. Não, esse foi somente um dos motivos. É que os outros fazem outras histórias. Em algumas foi de meu coração que outras garras cheias de duro amor arrancaram a flecha farpada, e sem nojo de meu grito

20 de agosto de 2010

Voto Nulo: Falso e-mail continua confundindo eleitores

Voto Nulo: Falso e-mail continua confundindo eleitores

Diferença entre votos nulo e anulado confunde eleitores

      Todo ano eleitoral é a mesma coisa. Os candidatos enfrentam adversários nada simpáticos: são pessoas que insistem em fazer correntes seja por meio de e-mails ou do chamado boca a boca, tentando convencer os eleitores de que o voto nulo serve para cancelar uma eleição e obrigar que se faça outra com novos candidatos. Há quem acredite e acabe abrindo uma verdadeira campanha em favor do voto nulo. O que muita gente não sabe é que uma eleição pode mesmo ser anulada, mas por conta do chamado voto anulado.
      O secretário Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral, Marcus Linhares explicou que os votos nulos são diferentes dos votos anulados. “O voto nulo, também chamado de apolítico é quando há erro do eleitor ou manifestação apolítica. Já o que pode fazer com se tenha nova eleição é o voto anulado. Ou seja, o voto que era válido e por conta de alguma decisão da Justiça, foi anulado. Temos como exemplo um candidato acusado da compra de voto e que foi cassado. Aquela eleição foi anulada. Já o voto nulo não tem força para anular a eleição”, explica Marcus Linhares.
   Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral, os votos anulados pelo próprio eleitor, considerados como "votos apolíticos", não podem ser computados para saber se os votos nulos alcançaram, ou não, mais de 50% do percentual exigido de votos válidos. Para efeito desse cálculo devem ser computados apenas os votos anulados por decisão judicial, em decorrência de fraudes.
Artigo 224

     A jurisprudência da Justiça Eleitoral já havia consagrado que os votos válidos, anulados em decorrência de fraudes, não se confundem com os votos nulos por erro ou manifestação apolítica do eleitor. Ou seja: os votos nulos são diferentes dos votos anulados para efeito de aplicação do artigo 224 da Lei 4.737/65 (Código Eleitoral).
     O Artigo de nº 224 da Lei 4.737/65 (Código Eleitoral) aponta que se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
      As mensagens que circulam sempre às vésperas das eleições desde 2004 fazendo apologia ao voto nulo possuem origem desconhecida e conseguem se disseminar rapidamente, muitas vezes causando confusão na cabeça do eleitor desinformado. O texto [considerado inverídico pela Justiça Eleitoral], cuja autoria ninguém conhece, diz que “se uma eleição for ganha por votos nulos, é obrigatório haver nova eleição com candidatos diferentes daqueles que participaram da primeira”.
      O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, já desmentiu essa tese. Segundo ele, não existe nenhuma lei determinando que os votos apolíticos possam anular as eleições. Ou seja, a nulidade referida pelo Código Eleitoral é aquela decorrente de fraude, ou de algum ilícito durante o processo eleitoral [artigos 222 e 223 do Código Eleitoral], e que o candidato, deve obter 50% mais um dos votos válidos para se tornar eleito.
Nulidades
      O que muitos eleitores não sabem e acabam se confundindo ao receber e-mails com campanhas que estimulam o voto nulo, é que a nulidade do voto é diferente de nulidade da eleição. A nulidade do voto pode ser classificada como a manifestação direta do eleitor, muitas vezes inconformado com a inexistência de candidatos aptos a obtenção do seu voto, ou mesmo descontente com a conjuntura política.
      Já a nulidade da eleição decorre de acontecimentos que prejudicam o processo eleitoral. Isso a exemplo de fatos que possam trazer prejuízos ao processo eleitoral [falsificação de documentos, compra de votos, extravio ou furto de urnas.

Por Aldaci de Souza