PROJETO MEIO AMBIENTE: CULTIVO DO HÁBITO DO USO DOS 5 rS

2011: Mais um ano letivo pela frente. Em 2010, realizamos com bastante êxito o projeto Gêneros Textuais (orais e escritos), objetivando conhecer, analisar e produzir textos ligados aos Valores Humanos. Neste ano, 2011,a proposta dos gêneros visa desenvolver habilidades e potencialidades relacionadas ao respeito pelo MEIO AMBIENTE, sobretudo à prática ao uso dos 5Rs (Respeitar, repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Por isso, abri um página - MEIO AMBIENTE - só com textos que discorrem sobre o tema. O IFMT campus Rondonópolis não pode prescindir, num momento de agonia do planeta, do seu papel de construção de cidadania. Aguardem!! “Se quisermos ter menos lixo, precisamos rever nosso paradigma de felicidade humana. menos lixo significa ter... mais qualidade, menos quantidade; mais cultura, menos símbolos de status; mais esporte, menos material esportivo; mais tempo para as crianças, menos dinheiro trocado; mais animação, menos tecnologia de diversão; mais carinho, menos presente... (Gilnreiner, 1992)

26 de maio de 2011

FESTA JUNINA EDUCATIVA

10 dicas para organizar uma festa junina educativa

É possível fazer uma festa junina legal e ainda comprometida com a aprendizagem das crianças e dos adolescentes
Texto Camilo Gomide

Pé de moleque, canjica, curau, pamonha, bolo de milho, quentão, bandeirinhas, fogueira, chapéu de palha, sanfona e arraiá. Sim, estamos falando de festa junina. Todo mês de junho é assim: tiramos do armário as camisas xadrez e os vestidos de chita, pintamos sardinhas nas meninas e bigodinhos nos meninos e vamos satisfeitos para a festa na escola, pensando em todos os quitutes deliciosos que nos aguardam.

Esquecemos o principal: o significado da festa. Você conhece as origens das festas juninas? Sabe por que comemos tantas iguarias de milho e de onde vêm as danças? E o colégio do seu filho, aproveita as festas juninas para preencher buracos na grade horária e engordar o caixa ou utiliza os festejos para ensinar alguma coisa para as crianças?

Embora seja uma tradição consagrada e rica da cultura popular, muitas escolas organizam festas de São João, Santo Antonio e São Pedro que pouco, ou nada, contribuem para a aprendizagem dos alunos. O Educar Para Crescer consultou alguns pedagogos e um antropólogo e elencou algumas dicas para garantir que a sua festa junina seja uma verdadeira aula.
Para ler, clique nos itens abaixo:
Qual a origem da festa junina? Descobrir isso pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa. E é importante motivar os alunos a buscarem esta resposta. Saber que a tradição vem dos festejos de agradecimento aos santos pela colheita do meio do ano e que, por isso, a maioria dos quitutes é feita de milho, por exemplo, pode despertar neles o interesse pela história. "É necessário recuperar o porquê da tradição da quadrilha, das comidas, da fogueira, para que a festa junina não vire uma mera caricatura do mundo da roça", diz o antropólogo Jadir de Morais Pessoa, professor titular da Universidade Federal de Goiás, especialista em folclore.
Homem do campo não é Jeca Tatu. É importante apresentar o campo de uma nova maneira. Tirar o olhar de deboche sobre o caipira, manifesto muitas vezes pelas roupas exageradas ou por posturas imbecilizadas. "Trazer uma pessoa da roça para contar dos saberes, descaricaturizar o homem rural. Festejá-lo como sujeito portador de saberes", indica o antropólogo Jadir de Moraes.

Um dos elementos mais importantes das festas juninas são as danças e as músicas populares. Muitas escolas contratam profissionais especializados em cultura popular para valorizar e aprofundar esse universo e desenvolver com os alunos as danças e as canções típicas. Elas não se limitam a contratar sanfoneiros e conjuntos para meras apresentações, fazem mais: colocam os alunos para dançar e até para criar as músicas. "No colégio Vera Cruz, trabalhamos há 10 anos danças típicas de todo o Brasil. As crianças de 5 anos apresentam a "Congada", dança de Minas Gerais; as de 6 anos dançam o "Bumba meu Boi", do Maranhão; e as de 7 anos fazem a tradicional quadrilha", conta Elizabeth Menezes, professora de educação corporal do colégio Vera Cruz. A festa junina pode ser ótima oportunidade também para apresentar novos instrumentos musicais para as crianças. No Vera Cruz, a professora traz instrumentos folclóricos como a caixa do Divino Espírito Santo, a matraca, os gungas e os chocalhos. "O mais lindo é ver o quanto as crianças aprendem. Esse ano um aluno criou uma música que nós vamos utilizar na dança: "Um triângulo, dois quadrados, céu e terra, sol e chuva formam o planeta terra de todo mundo", emociona-se a professora, cantando a canção do aluno Theo Vendramini Sampaio, de 5 anos
Como motivar os estudantes e trazê-los para o projeto? A escola Viva, de São Paulo, utilizou, neste ano, um recurso muito simples: fixou painéis por toda a escola. Os cartazes, confeccionados pelos próprios alunos, traziam curiosidades e atraiam a atenção para o evento. "Foi uma maneira de despertar a atenção nos mais novos. Os painéis traziam informações do tipo: você sabe por que tem fogueira na festa junina? Além disso, traziam fotos dos professores em festas juninas, quando crianças. A brincadeira era adivinhar quem era o professor", disse Marta Campos, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva.
As festas juninas escolares devem ser feitas por e para os alunos. O objetivo é estimular o senso de autonomia e de cooperação, reforçando a importância do trabalho comunitário na escola. Para isso, é importante envolver os estudantes em todo o processo, desde a confecção dos estandartes e bandeirinhas à organização das brincadeiras. "Todos os alunos estão envolvidos na organização da festa. Mas alguns têm responsabilidades maiores. Eles coordenam os preparativos, fazem reuniões com a diretoria, apresentam relatórios e tem autonomia para decidir", afirma Wanilda Tieppo, assistente de direção da escola da Vila.
A preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. Na escola Oswald de Andrade, por exemplo, cada classe é responsável por uma barraca e cada barraca apresenta transversalmente o projeto trabalhado em classe. "A turma que está estudando os alimentos, por exemplo, preparou uma barraca relacionada ao assunto", destaca Roberta Ferrari Rodovalho, coordenadora assistente do Colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.
Uma das tradições da festa junina são as brincadeiras: pescaria, boca do palhaço, jogo da argola, corrida de sacos, pau de sebo, entre outros. Os jogos juninos são a grande diversão da garotada e podem ser uma boa maneira de transmitir valores de cidadania para os alunos. Dois bons exemplos de valorização do lúdico acontecem nas escolas Vera Cruz e Oswald. Na primeira, as próprias crianças são responsáveis pela confecção das prendas. "Elas fazem colares, cadernos, trabalhos em argila e todo tipo de brinquedos. Vale tudo, o importante é a participação", diz Elizabeth Menezes. Já no Oswald, não há brindes para os vencedores. "O objetivo é estimular a brincadeira pela brincadeira", conta Roberta Ferrari Rodovalho, coordenadora assistente do colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.
A participação dos pais e familiares é importante para as festas juninas em vários aspectos. Para começar, quando comparecem os pais estimulam a criança e reforçam a auto-estima. Mas eles também podem contribuir na organização. No Colégio Oswald de Andrade, por exemplo, os pais conjuntamente com os filhos são convidados a preparar e a trazer os comes e bebes. "A participação dos pais é muito importante para nós. Cabe a eles trazer as comidas, que ficam todas dispostas em uma mesa. O lanche é comunitário, não tem custo, é só chegar e pegar", diz Roberta Ferrari Rodovalho, assistente de direção do Colégio Oswald.
É muito importante não atrapalhar a rotina e a programação escolar por causa da festa. A começar pela escolha da hora e da data do evento. Não pode ser no horário letivo. O melhor é fazer aos sábados, domingos ou depois das aulas. "Nunca fazemos nossas festas em período letivo, temos um programa a seguir e não descumprimos. As festas juninas acontecem sexta-feira à tarde, único dia da semana que não funcionamos em período integral", explica José Carlos Alves, diretor do Colégio de Aplicação do Pernambuco, escola pública com a segunda melhor média no Enem e 14ª colocada no ranking nacional.
A festa junina não pode ser apenas um pretexto para se arrecadar dinheiro para melhorias na escola. Precisa se auto-sustentar, é claro, mas não precisa gerar lucro. Algumas escolas, como a escola da Vila, em São Paulo, preferem utilizar a festança para juntar recursos para instituições de caridade. "Não cobramos entrada. Pedimos para que as pessoas tragam doações, que repassamos à ONGs que ajudam pessoas carentes. Em 2008 e em 2009, estamos arrecadando utensílios de higiene e roupas para uma instituição que auxilia moradores de rua", disse Wanilda Tieppo, assistente de direção da escola da Vila

20 de maio de 2011

Das Utopias

Das Utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!

(Mário Quitana)

19 de maio de 2011

Admiravel Gado Novo (Admiravel Mundo Novo).wmv



Admirável Gado Novo

Zé Ramalho

Composição : Zé Ramalho
Oooooooooh! Oooi!
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber...
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer...

Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado, Êh!
Povo feliz!...(2x)

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal...
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou...

Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado, Êh!
Povo feliz!...(2x)

Oooooooooh! Oh! Oh!
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela...
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar

Não voam nem se pode flutuar
Não voam nem se pode flutuar...

Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado, Êh!
Povo feliz!...(2x)

Ooooooooooooooooh!

No título existe uma referência clara ao livro "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley, publicado em 1932, que narra um "hipotético" futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia, dentro de uma sociedade organizada por castas, sem regras sociais e sem a possibilidade de contestação e senso crítico. A sociedade desse "futuro", criado por Huxley, não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos era dissipada com o consumo de uma droga, sem efeitos colaterais chamada "soma". As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe. Vemos assim uma sociedade controlada, condicionada a viver em uma ordem estabelecida através conformismo. Outro aspecto importante é que nesse "Mundo Novo" não há princípios morais e éticos. O controle se dá somente através da droga "soma" que surge como a representação dos instrumentos alienatórios da sociedade entre nós, os meios de comunicação de massa como a televisão. Não há espaço para o questionamento, pois a "droga" elimina todas as dúvidas e continua a direcionar, é claro, de acordo com a ordem dominante. É um mundo "admirável", pois se apresenta como modelo exemplar de perfeição e ordem, contudo oculta as suas reais intenções de criar desigualdade social e as mazelas provocadas pelo interesse dominate.

16. Engenheiros do Hawaii - 3ª do Plural (Acústico MTV)

Pitty- Admirável Chip Novo Legendado



Admirável Chip Novo

Pitty

Composição : Pitty

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

Comentário:



Há, na música, a presença de dois eus, que se divergem: o eu robô, ao aceitar a reinstalação do sistema, pode ser entendido como representante da pessoa que segue o status quo para sentir-se plena, sem preocupar-se com formar uma opinião crítica. O eu humano, que rejeita a alienação, no entanto, prefere ironizar o controle a que tentam submetê-lo, pois o vê como uma perda de identidade.
Para compreender melhor a letra da música, é preciso reportar- nos à obra de Aldous Huxley -"Um Admirável Mundo Novo" -  com a qual o eu lírico trava um diálogo. A diferença é que, no romance, não há robôs como personagens. São todos "humanos". E isso já de cara nos faz refletir: será mesmo que não passamos de robôs em pele de humanos? O que faria o eu lírico acreditar nisso? Pois, então! Ouçam, sintam e compreendam a mensagem do eu lírico. Estabeleçam relações entre o que se diz na letra e o nosso comportamento, atitudes, ações e reações.
Essa é uma boa letra para exercitar no nosso senso crítico a respeito da manipulação e alienação a que nos deixamos conduzir.  Percebemos, claramente, a distinção entre "alienante"/ "alienado". E mais, para não dizer, o pior! Fazemos parte do primeiro ou do segundo time? ( Não que ache um deles melhor! Sinceramente, considero ambos de mau-gosto.)
O eixo opositivo - alienante x alienado é colocado em evidência como forma de chamar a nossa atenção para um despertar dum estado de dormência que  anuvia nossos olhos, impedindo-nos de distinguir os nossos reais quereres.  O bom da arte - quer seja em romances ou em composições musicais, é que ela, por meio de metáforas e arranjos,  aborda alguns temas, dando a eles contornos estéticos que recriam seu significado. Essa recriação é um prato cheio para aqueles que a curtem como forma de repensar sua própria essência e ficar frente a frente com a sua própria identidade. Quem estiver cansado da escuridão da Caverna não deve poupar suas pupilas para  enxergar as "cordas de fantoches" que as ideologias tentam lançar sobre si.
É papel dos  pais, dos educadores, dos representantes da cada instituição no país, enfim, de cada um de nós, desenvolver o senso crítico e ajudar o outro a fazer o mesmo. Querer permanecer na escuridão, distanciando-se cada vez mais de sua própria essência é uma condição imprópria para qualquer ser humano.
Rejeitar o senso comum, mais que um dever, é um direito. A  ESCOLA, sobretudo, deve reservar um espaço para a luz.

Segue abaixo um pensamento de William Graham Sumner, famoso acadêmico americano do começo do século XX, citado por Alexandre Taschetto de Castro em seu artigo Uma introdução ao pensamento crítico:
[Pensamento crítico]... é a análise e o teste de proposições de qualquer tipo que nos são oferecidas, de forma a descobrir se elas correspondem à realidade ou não. É um hábito e um poder mental. É uma condição primária para o bem da sociedade que homens e mulheres sejam treinados nele. É a nossa única garantia contra a ilusão, enganação, superstição e incompreensão de nós mesmos e de nossas circunstâncias mundanas. Nossa educação é boa na medida em que ela produz uma bem desenvolvida capacidade crítica... A educação na capacidade crítica é a única educação da qual pode-se verdadeiramente dizer que forma bons cidadãos. (CASTRO, 2002)
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13 de maio de 2011

VESTIBULAR 2011

ATENÇÃO!



A UnB (Universidade de Brasília) recebe a partir desta segunda-feira (2) as inscrições para o processo seletivo 2011 de inverno. Os interessados devem se inscrever pelo http://www.cespe.unb.br/vestibular/2vest2011/, até as 23h59 do dia 19 de maio. A taxa será de R$ 100 para candidatos concorrentes e R$ 75 para treineiros.
São ofertadas 4.016 vagas em 93 cursos distribuídos nos campi Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Ceilândia, Gama e Planaltina. Do total de vagas, 796 são reservadas para o sistema de cotas para negros.

http://www.nc.ufpr.br/ - cliquem nesse link e confiram a lista de livros exigida pelo vestibular 2011/2012 da UFPR

http://www.litoral.ufpr.br/ - cliquem nesse link e vejam os cursos que a UFPR Litoral oferece - incrições até 11 de maio de 2011.


INSCRIÇÕES ABERTAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

VEJA TODAS AS INFORMAÇÕES EM
http://www.vestibular.ufg.br/2011/ps2011-2/

2 de maio de 2011

CARTA DE LEITOR (CONTEXTO JORNALÍSTICO)

 Olá, pessoal!
Antes de compor os textos propostos na página e vocês (segundo ano/2011), vejam as informações sobre carta do leitor e dois exemplos de bons textos de ex-alunos. Espero que a leitura possa ser proveitosa. Beijos

CARTA DO LEITOR:  esse tipo de texto no vestibular pretende avaliar a capacidade que o candidato tem de escrever um texto numa situação determinada, com um interlocutor fixo. Os recursos de linguagem utilizados devem ser adequados ao texto-base, com o qual deve se estabelecer a interlocução. Do mesmo modo, a opinião pessoal do candidato sobre o episódio descrito no texto deve estar presente. O uso da 1ª pessoa é viável, uma vez que a opinião pessoal do candidato deverá estar presente. Pela exigüidade do número de linhas, alguns vestibulares dispensam  as formalidades estéticas comuns às cartas, como local, data, invocação, despedida e assinatura. Portanto, fiquem atentos ao comando do enunciado.


            A linguagem da carta do leitor varia de acordo com três elementos essenciais: a intencionalidade  do texto (protestar, criticar positiva ou negativamente, brincar ou apenas “impressionar” os leitores);  o perfil do autor ( seus gostos, idade, nível cultural, etc.); o perfil do jornal ou revista ( quem é o público leitor, quais os assuntos publicados, o grau de formalismo, etc)
            Quando o teor da carta diz respeito a uma matéria assinada, o leitor deve de dirigir ao jornalista que a escreveu. Porém, se a carta disser respeito ao jornal  ou a uma matéria não assinada, então o leitor deve se dirigir ao edito, representante legal da revista ou jornal.

CARACTERÍSTICAS DA CARTA DO LEITOR


a)       expressa a opinião do leitor sobre textos publicados em jornal ou revista;
b)       tem intencionalidade persuasiva;
c)       tem estrutura semelhante à da carta pessoal: data, vocativo, corpo do texto (assunto), expressão cordial de despedida e assinatura;
d)       linguagem de acordo com o perfil do autor, da revista ou jornal a que se destina, predominando o padrão culto formal;
e)       menor ou maior pessoalidade, de acordo com a intenção do autor;
f)        se preferir, mande um e-mail que possui as mesmas características da carta.


Dicas de como montar a estrutura:
- Situe o leitor do seu texto (referência ao artigo, dando título, autor e edição ou data do órgão divulgador)
- Dirija-se a interlocutor fixo (diretor da revista, leitor em especial), conforme indicação no enunciado.
- Faça-o no início ( Prezado senhor: , Senhor diretor:)
- Exponha sua opinião ou posição sobre o assunto  de forma sucinta.
- Apresente razões, argumentos, sugestões.
- Encerre reforçando a sua posição ou sugerindo algo.
- Mantenha postura equilibrada e firme.

Abaixo há dois exemplos de carta de leitor, feitas por ex-alunos a partir da proposta abaixo.


Na seção de cartas da revista Veja (ed. 1352) figura o seguinte texto:
“Há algum tempo, durante um cafezinho na copa do prédio de Letras, da Universidade de São Paulo, ouvia, involuntariamente, alguns comentários de professores que ali estavam, em intervalos de aulas. O assunto eram os filhos. ‘Meu filho mais velho se forma em Medicina neste ano.’  ‘O meu em Direito’. Aí, por mera curiosidade, interrompi a conversa do grupo e perguntei:  ‘Alguém de vocês tem, por acaso, algum filho professor ou que esteja seguindo a carreira do magistério?’ Ninguém tinha. Perguntei o porquê. A resposta comum a todos foi que sempre desejamos o melhor para os filhos e ninguém quer que eles sofram em sua vidas profissionais os constrangimentos experimentados pelos pais.”  
                      (Antônio Suarez Abreu)

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Rondonópolis, 30 de abril de 2007

Senhor diretor,

Todos sabemos da importância dos pais na formação dos filhos, mas o relato tecido pelo leitor Antônio Suarez Abreu (edição nº 1352)  me fez questionar sobre o papel dos pais no momento da  escolha da profissão: “até que ponto a influência dos pais pode ser benéfica?”  
No caso do comentário, específico de professores, acredito que os pais estejam em seu direito de querer privar os filhos dos constrangimentos do ofício do ensino. Mas será que os pais sempre estão certos quando, tentando proteger o filho, interferem na sua escolha profissional?
Na minha opinião, os pais podem sugerir, mas não impor. Até porque a escolha da profissão tem relação direta com vocação, e vocação é um chamado que vem de dentro de cada um.  Uma coisa é orientar os filhos, e outra, é desviar esta ou aquela profissão de sua trajetória na vida. Uma influência nesse sentido pode, mais tarde, gerar uma frustração para o resto da vida.

  Atenciosamente,

  Renan  Burtet


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Rondonópolis, 30 de abril de 2007

                           
Prezado senhor Antônio Suarez Abreu,


Em referência à sua carta publicada na revista Veja (ed. 1352), deixo claro que os filhos têm todo direito de escolher uma profissão. É óbvio que sempre queremos o melhor para nossos descendentes, mas deixá-los um pouco mais livres na escolha de seu futuro torna-os mais independentes e com opinião mais adequadamente preparada para a convivência em sociedade.
Talvez, a carreira que desejamos a um filho não seja aquela de que ele mais goste, e isso pode vir a prejudicar seu desempenho profissional. Além do mais, se o jovem recebeu uma boa formação familiar ao longo de sua vida, ele será capaz de trilhar os caminhos que mais lhe convêm, não necessitando de palpites possivelmente ditatoriais para anuviar seus objetivos.  

                          Atenciosamente,


                             Caio Murilo