Resenha de “A Moreninha”
de Joaquim Manuel de Macedo
Bruna Gabrielle de Sousa Rocha
(1º ano “B” Secretariado – IFMT)
O romance “A Moreninha” de Joaquim
Manuel de Macedo, publicado Moderna, publicado em 1844 e adaptado para o cinema
em 1915 e 1970; para Telenovela, em 1965 e 1975, é encontrado facilmente com
preço em torno de R$20,00.
“A Moreninha” narra a
história de amor entre Augusto, jovem estudante de medicina e D. Carolina, a
Moreninha. Augusto nunca conseguira amar alguém verdadeiramente e, sequer,
passara mais de 15 dias a pensar na mesma moça. Eis que Filipe o convida,
juntamente com seus outros amigos, Fabrício e Leopoldo (também estudantes de
medicina) a passar um final de semana na ilha de sua avó. Augusto, a princípio,
recusa o convite. Por fim, trava-se uma aposta. Se Augusto se apaixonar por uma
moça e pensar nela, durante um mês, terá de escrever um romance sobre isso, ou
vice-versa.
Na ilha, Augusto conhece Carolina, a
Moreninha, e acaba encantando por seu jeito irrequieto. O que ninguém sabe é do
segredo que Augusto carregava consigo, sua constante procura por alguém que
tenha um breve[1]
semelhante ao seu, no qual se encontra um camafeu[2].
Segredo esse que esconde uma promessa feita na infância e que dá muitas voltas
durante o enredo do romance.
“A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo é um verdadeiro
exemplo de romance. Afinal, essa obra representa o início do Romantismo
brasileiro. O autor mostra com fidelidade características nacionais, sobretudo
os costumes e os cenários da época: os bailes, o flerte das moças, a tradição
da festa de Sant’ Ana e as lendas; além de revelar os traços da burguesia carioca
em meados do século XIX. A história é recheada de cenas cômicas, ambientadas na
época em que foi escrita. O desenrolar da história, embora detalhado, é rápido e
nem um pouco cansativo. A princípio, a linguagem é difícil de entender, por
possuir aspecto totalmente formal, inclusive a utilizada pelos jovens, que
impressiona se comparada com a atual; mas, ao longo do enredo, a leitura
mostra-se de fácil compreensão e coerência.
Na minha visão, o autor soube usar um certo tom de humor na
medida certa, além de criar desfechos totalmente inesperados e originais. Embora
o enredo não seja tão óbvio, pode-se dizer que há uma certa dose de previsibilidade
para o desfecho. É impressionante como, no decorrer da história, a leitura
permite ao leitor dar asas à sua imaginação, fazendo-o visualizar não só o
local, mas também os personagens. Isso, também, devido à riqueza de adjetivos que
o autor utiliza para qualificá-los, tornando-os complexos e apaixonantes;
levando o leitor ter a capacidade de empatizar-se com os mesmos.
O romance apresenta ao longo do enredo frases bem
estruturadas e romanceadas que, de forma natural e profunda, acaba entrando no
íntimo do leitor: “Amor?... Amor não é efeito, nem princípio, nem fim, e é isso
ao mesmo tempo” (Capítulo XIX). “Não diz o que sente”. “Não sente o que diz”.
“Faz mais do que isso, pois diz o que não sente” (Capítulo I).
Esse romance é bem interessante, pois além
de envolvê-lo em uma história de amor cativante, resgata os valores que vêm sendo
esquecidos na atualidade como, por exemplo, a ternura, a fidelidade e o
comprometimento.
Muito boa ��
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