PROJETO MEIO AMBIENTE: CULTIVO DO HÁBITO DO USO DOS 5 rS

2011: Mais um ano letivo pela frente. Em 2010, realizamos com bastante êxito o projeto Gêneros Textuais (orais e escritos), objetivando conhecer, analisar e produzir textos ligados aos Valores Humanos. Neste ano, 2011,a proposta dos gêneros visa desenvolver habilidades e potencialidades relacionadas ao respeito pelo MEIO AMBIENTE, sobretudo à prática ao uso dos 5Rs (Respeitar, repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Por isso, abri um página - MEIO AMBIENTE - só com textos que discorrem sobre o tema. O IFMT campus Rondonópolis não pode prescindir, num momento de agonia do planeta, do seu papel de construção de cidadania. Aguardem!! “Se quisermos ter menos lixo, precisamos rever nosso paradigma de felicidade humana. menos lixo significa ter... mais qualidade, menos quantidade; mais cultura, menos símbolos de status; mais esporte, menos material esportivo; mais tempo para as crianças, menos dinheiro trocado; mais animação, menos tecnologia de diversão; mais carinho, menos presente... (Gilnreiner, 1992)

1 de julho de 2013

O CORTIÇO - RESENHA

Resenha
Alex Bruno Oliveira Silva                       
O Cortiço: sobreviva quem puder

O cortiço (AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 30. ed. São Paulo: Ática, 1997)é uma obra fantástica. Aluísio Azevedo tem por principal objetivo evidenciar a divisão de classes que havia na sociedade carioca do século XIX. O autor utiliza da linguagem mais simples para repassar ao leitor toda a realidade crua daquela dada sociedade do fim Império.
Tudo tem início com João Romão, empregado de um vendeiro que, depois de muito trabalhar, juntou alguns contos e se apossou de tudo o que o seu patrão lhe deixara como “herança”, após a sua morte. Tudo mesmo, até uma negra: a Bertoleza. A ganância de João Romão em enriquecer era tanta que ele não hesitava em explorar a negra. Graças a essa exploração, a tantas outras trapaças, João Romão ganhou muito dinheiro.  Sua gana por poder econômico fora estimulada ainda mais depois que o comerciante Miranda foi morar no sobrado ao lado do seu cortiço.
Durante o desenrolar da história, o próprio Cortiço ganha vida e passa a se apresentar como um personagem. A vida dos diversos moradores é detalhada minuciosamente sem levar em consideração o psicológico de cada um. Esta é uma das características marcantes da obra de Azevedo, pois a intenção do autor é a de apresentar o meio ao qual o homem está submetido. As aventuras e tagarelices das lavadeiras, as noites de festa da Rita Baiana, a realização instintiva do sexo, as bebedeiras dos moradores, as brigas e os mínimos detalhes de atitudes e comportamentos foram descritas. Toda descrição tinha como meta o coletivo, ou seja, era uma forma de provar que o homem é produto do meio, influenciado pelas condicionantes sociais. Para ficar só num caso, basta citar a mudança de comportamento e hábitos do português Jerônimo, que pouco a pouco foi cedendo aos encantos da brasileiríssima mulata Rita Baiana.
No final do século XIX, vivia-se sob o signo do Iluminismo. O foco da obra são as camadas mais baixas da sociedade. A literatura de Azevedo não permitia o brilho dos salões aristocráticos como no Romantismo.  Sim. Era época de retratar as camadas inferiores da sociedade. E Azevedo faz isso como ninguém. Fala de todos e por todos com uma dose de Naturalismo imensurável.  
Outra característica da obra, empregada, com grande intensidade na obra, é a “animalização” ou “zoomorficação” das emoções, sentimentos e atitudes dos personagens. Observe esta passagem que descreve o momento de gozo de Léonie com Pombinha: “Agora, espolinhava-se toda, cerrando os dentes, fremindo-lhe a carne em crispações de espasmo; ao passo que a outra, por cima, doida de luxúria, irracional, feroz, revoluteava, em corcovos de égua, bufando e relinchando”.  Em quase todos os casos os personagens são guiados pelos seus instintos.
No enredo de O cortiço, trabalhadores, lavadeiras, prostitutas, policiais, malandros, capitalistas  e outros desfilam sem máscaras. Escancaram-se os casos de adultério, assassinato, homossexualidade, exploração de trabalhadores, discriminação, preconceito. É um romance que se desdobra no coração de uma sociedade miserável, que tem como princípios o lucro e o individualismo, presentes do começo ao fim da história.
Portanto, amigos estudantes do IFMT-campus Rondonópolis e demais leitores, não deixe de ler “O cortiço”. A obra é riquíssima em detalhes, e ressalta com muita clareza as diferenças existentes entres as classes sociais daquela época. Com essa leitura, você também será capaz de desenvolver mecanismos que o levem a entender o porquê de nossa sociedade atual estar organizada da maneira como se encontra. Por isso, leia-o, sugue as ideias,  interprete-as. Aja diferente... se puder...
Boa leitura.
Bruno Oliveira Silva   
2º ano Ensino Médio Química