PROJETO MEIO AMBIENTE: CULTIVO DO HÁBITO DO USO DOS 5 rS

2011: Mais um ano letivo pela frente. Em 2010, realizamos com bastante êxito o projeto Gêneros Textuais (orais e escritos), objetivando conhecer, analisar e produzir textos ligados aos Valores Humanos. Neste ano, 2011,a proposta dos gêneros visa desenvolver habilidades e potencialidades relacionadas ao respeito pelo MEIO AMBIENTE, sobretudo à prática ao uso dos 5Rs (Respeitar, repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Por isso, abri um página - MEIO AMBIENTE - só com textos que discorrem sobre o tema. O IFMT campus Rondonópolis não pode prescindir, num momento de agonia do planeta, do seu papel de construção de cidadania. Aguardem!! “Se quisermos ter menos lixo, precisamos rever nosso paradigma de felicidade humana. menos lixo significa ter... mais qualidade, menos quantidade; mais cultura, menos símbolos de status; mais esporte, menos material esportivo; mais tempo para as crianças, menos dinheiro trocado; mais animação, menos tecnologia de diversão; mais carinho, menos presente... (Gilnreiner, 1992)

24 de junho de 2012

DIMENSÕES POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

TEXTO A PARTIR DA LEITURA FEITA NO GRUPO DE ESTUDOS DO PROFESSOR ADEMAR CARVALHO
 
DIMENSÕES POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA. Orgs. Maria Vieira Silva e Maria Alejandra Corbalán. Alíena Editora.

A base de toda conquista é o professor. Com esse verso do jingle da campanha “Todos pela Educação”, cujo objetivo é garantir uma educação de qualidade para todos os brasileiros até 2022, é que convido meus colegas professores para uma reflexão sobre a importância de se compreender as potencialidades da dimensão política na prática pedagógica.
Sabe-se que o homem, como ser histórico – detentor de vontades, aspirações, anseios, interesses, expectativas –, para fazer-se sujeito, precisa relacionar-se historicamente com outros homens que também precisam se fazerem sujeitos. Não qualquer sujeito, mas sujeitos humanizados!
Nesse contexto interacional, a educação contemporânea deve ser concebida como prática intrinsecamente política. Para M. Chauí (1994), política é o modo pelo qual a sociedade internamente dividida discute, delibera e decide em comum para aprovar ou reiterar ações que dizem respeito a todos os seus membros. Para Vítor Henrique Paro (p.18), a política deve ser entendida como atividade humano-social com o propósito de tornar possível a convivência pacífica e cooperativa entre os grupos e pessoas na produção da própria existência da sociedade.
Entendida desta forma, a política não deve mais ser vista como luta de classes, mas como prática democrática, capaz de “incluir todos os mecanismos, procedimentos, esforços, recursos que se utilizam, em termos individuais e coletivos, para promover o entendimento e a convivência social pacífica e cooperativa entre os sujeitos históricos”.
Sob esse prisma, o processo pedagógico só pode ser concretizado se se supor a concordância do educando como um ser de vontade. Caso contrário, o processo será fundado em meios que negam o alcance dos objetivos. A educação, portanto, exige o envolvimento do educando com sua vontade e ação. O desenvolvimento intelectual da criatura humana evoluiu e com ele evoluíram os métodos pedagógicos para educação da criança. A aprendizagem deve ocorrer por meio da lealdade e compreensão a fim de que a criança seja estimulada à conquista do conhecimento e do ajustamento social em padrões de harmonia e de respeito por todos, incluindo a natureza e tudo quanto existe.
O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Nesse contexto, o professor deve descobrir seu poder. E poder significa força. Não no sentido de sua imposição, mas como fortalecimento de liberdade que é construída coletivamente como obra humana histórica; pois, a educação assim entendida, constitui-se em autêntica relação social – não qualquer uma, mas “aquelas que se constituem na aceitação mútua, isto é, na aceitação do outro como um legítimo outro na convivência” (Maturana, 1998, p95).
Portanto, a educação, concebida por este prisma, deve ser dialógica (Paulo Freire (1975). E diálogo supõe a conversa de ambos os sujeitos envolvidos – educador e educando. Envolve o saber ouvir e a consideração pelo que o outro diz. Por essa relação se exerce e se aprende a colaboração. Por essa relação se aprende e se exerce o político como democracia. A colaboração entre grupos e pessoas é essencial à convivência pacífica e ao desenvolvimento histórico da sociedade. “Não é a luta o modo fundamental de relação humana, mas a colaboração (Maturana, 1998, p. 34).
A educação contemporânea necessita resgatar valores ético-morais que foram relegados a plano secundário, elaborando a conscientização da responsabilidade do ser perante a si mesmo, ao seu próximo e à vida. Deve estruturar-se no conceito de realização integral, abrangendo valores culturais sociais econômicos e morais do ser humano.
Essa é a política que permeia a educação contemporânea. Daí a importância de considerarmos intrinsecamente políticas nossas práticas pedagógicas, reconhecendo-as como importantes ferramentas de convivência social. Somos conscientes da complexidade da convivência social que vem carregada de conflitos de ordens diversas – tanto de nossa parte como da parte dos educandos. Mas, apesar disso, se queremos consolidar os ideais da paz, da liberdade e da justiça social, não podemos – pais e professores – abrir espaços para esmorecimentos.
O desafio deste século é ensinar crianças e jovens a aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a Ser. Esses desafios são conquistados coletivamente, mas sua base está na prática político- pedagógica do professor que está frente a frente com o aluno em sala de aula.

Arlete Fonseca de Oliveira
24 de junho de 2012